(ENEM – 2020 – Caderno AZUL) Os diferentes tipos de café que consumimos nem sempre vêm da mesma espécie de planta. As duas espécies de café mais utilizadas são Coffea canephora e Coffea arabica. A primeira é diploide (2n = 22) e a segunda é tetraploide (2n = 44). Acredita-se que a espécie tetraploide surgiu de um cruzamento natural entre C. Canephora e C. eugenioides, ambas diploides, há milhões de anos de anos. De fato, as análises genéticas atuais nos cromossomos de C. arabica detectam os alelos de ambas as origens.
A alteração cromossômica que poderia explicar o surgimento do café da espécie C. arabica é:
A) Duplicação em uma das plantas parentais antes do cruzamento.
B) Inversão durante a meiose gamética em ambas as plantas parentais.
C) Separação desigual na meiose gamética de uma das plantas parentais.
D) Falha na separação durante a meiose gamética em ambas as plantas parentais.
E) Deleções durante as primeiras mitoses zigóticas na planta descendente C. arabica.
GABARITO ABAIXO:
Análises da questão:
A questão do ENEM 2020 aborda a origem da espécie Coffea arabica, uma planta tetraploide (2n = 44), que surgiu a partir do cruzamento entre duas espécies diploides: C. canephora e C. eugenioides (ambas com 2n = 22). O foco da questão é a alteração cromossômica que justificaria a duplicação do número de cromossomos, gerando uma nova espécie fértil com o dobro do número haploide das plantas originais.
O gabarito correto é a letra D: Falha na separação durante a meiose gamética em ambas as plantas parentais. Essa falha na divisão meiótica, conhecida como não disjunção, impede que os cromossomos homólogos ou as cromátides irmãs se separem adequadamente, gerando gametas com o número completo de cromossomos (n=22 em vez de n=11). Quando dois gametas assim se fundem, o zigoto resultante se torna tetraploide (2n = 44). Esse processo explica o surgimento da espécie C. arabica, cuja análise genética demonstra alelos de ambas as espécies parentais.
As outras alternativas tratam de eventos como duplicações antes do cruzamento (A), inversões (B), separações desiguais (C) ou deleções após a fecundação (E), que não explicariam o aumento no número de cromossomos da forma como apresentado.
Essa questão exemplifica bem a importância da citogenética e da evolução vegetal dentro da Biologia cobrada no ENEM.
O que o ENEM quer que você saiba sobre Alterações Cromossômicas?
O ENEM frequentemente aborda temas relacionados à genética, evolução e biodiversidade, conectando conceitos moleculares aos impactos ecológicos e econômicos. Um exemplo disso é a formação de espécies vegetais como o Coffea arabica, importante economicamente, que surgiu a partir de um evento de poliploidia — um fenômeno genético natural que envolve o aumento do número de conjuntos cromossômicos.
A poliploidia é comum em plantas e pode resultar da falha na separação dos cromossomos durante a meiose. Quando dois gametas com o conjunto completo de cromossomos se unem, o descendente herda o dobro do material genético, formando uma nova espécie com características únicas. Esse processo contribui para a diversificação genética, favorecendo adaptações ambientais e ampliando as possibilidades de cruzamento.
No contexto do ENEM, esse conteúdo está ligado à genética molecular, evolução e biotecnologia, pois ajuda a explicar como variações genéticas naturais podem impactar a agricultura e a economia. Entender esses mecanismos permite ao estudante compreender não só a base da biodiversidade, mas também a aplicação desses conhecimentos na produção de alimentos, na seleção de espécies e no uso consciente da biotecnologia.
Portanto, estudar alterações cromossômicas e formação de espécies é essencial para quem busca uma vaga em cursos como Medicina, Biologia, Agronomia ou áreas ligadas às ciências da vida.
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