(ENEM 2011) Um grupo internacional de cientistas achou um modo de “tapar o nariz” do mosquito do gênero Anopheles. As aspas são necessárias porque o inseto fareja suas vítimas usando as antenas. Os cientistas descobriram como ocorre a captação de cheiros pelas antenas e listaram algumas substâncias capazes de bloquear a detecção de odores que os mosquitos reconhecem. Essa descoberta possibilita, por exemplo, a criação de um repelente muito mais preciso contra o inseto.
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 12 abr. 2010 (adaptado).
Se a descoberta descrita no texto for extensiva a outros insetos, pode ajudar a combater algumas doenças no Brasil, como, por exemplo,
A) dengue, febre amarela, doença de Chagas e leptospirose.
B) malária, meningite, peste bubônica e doença de Chagas.
C) doença de Chagas, dengue, febre amarela e leishmaniose.
D) dengue, cólera, lepra e peste bubônica.
E) malária, dengue, cólera e leptospirose.
GABARITO ABAIXO:
Análises da questão:
A questão explora conhecimentos sobre vetores de doenças e como o controle do comportamento dos insetos pode impactar a saúde pública. O texto descreve uma descoberta científica que permite bloquear a percepção olfativa de mosquitos, impedindo que eles detectem o odor humano.
A ideia central da pergunta é fazer o estudante relacionar essa tecnologia ao combate de doenças transmitidas por insetos, ou seja, aquelas cujo agente etiológico depende da ação de mosquitos ou outros artrópodes vetores para completar seu ciclo de transmissão.
Para resolver, é necessário conhecer quais doenças são transmitidas por insetos. O mosquito Anopheles é vetor da malária, enquanto o Aedes aegypti transmite dengue e febre amarela; já o Triatoma infestans (barbeiro) transmite a doença de Chagas, e o mosquito-palha transmite a leishmaniose.
Assim, qualquer tecnologia que bloqueie o olfato ou atrapalhe a localização de hospedeiros poderia reduzir a transmissão dessas doenças. Entre as alternativas, a única que reúne exclusivamente doenças transmitidas por insetos é a alternativa C: doença de Chagas, dengue, febre amarela e leishmaniose.
As demais opções incluem doenças transmitidas por água contaminada (cólera), roedores (leptospirose) ou bactérias que não dependem de insetos (meningite). A análise exige que o estudante identifique corretamente os vetores e exclua enfermidades que não possuem relação com insetos.
Assim, a alternativa C é a única compatível com o contexto biológico apresentado.
O que o ENEM quer que você saiba sobre Vetores de doenças?
O controle de doenças transmitidas por vetores é um dos maiores desafios da saúde pública no Brasil e no mundo. Mosquitos e outros insetos hematófagos dependem de estímulos químicos, especialmente odores corporais, para localizar suas potenciais vítimas.
A descoberta científica apresentada no texto, bloquear a recepção olfativa dos insetos, abre um caminho inovador para combater enfermidades transmitidas por esses animais. Ao impedir que mosquitos encontrem hospedeiros humanos, torna-se possível reduzir significativamente a circulação de patógenos como vírus, protozoários e bactérias que dependem desses vetores para completar seu ciclo.
Nesse contexto, doenças como malária, dengue, febre amarela, leishmaniose e doença de Chagas poderiam ser impactadas positivamente. Todos esses agravos têm em comum a dependência de insetos vetores: Anopheles na malária, Aedes na dengue e febre amarela, mosquito-palha na leishmaniose e barbeiro na doença de Chagas. Ao limitar o contato entre vetor e hospedeiro, diminui-se a transmissão e reduz-se o número de novos casos.
Essa abordagem complementa estratégias já consolidadas, como o uso de inseticidas, eliminação de criadouros, saneamento básico e medidas de proteção individual. A inovação no desenvolvimento de repelentes mais eficientes representa um avanço importante para populações de áreas endêmicas, onde os métodos tradicionais nem sempre são suficientes. Assim, compreender como os insetos localizam suas vítimas e como esse processo pode ser bloqueado é fundamental para o desenvolvimento de novas tecnologias de prevenção.
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